A Folha Clara
MODO DE USAR
Leitor, leitora, estás perante um livro que é feito de seis livros, ou seis livros que constituem um só. Esteve quase para ser (vou cometer uma inconfidência) - em vez de um conjunto de folhas reunidas, cosidas ou coladas - uma caixa, ou envelope, lugar onde viveriam cadernos soltos, esperando a tua montagem. Por fim, estabilizou nesta forma, fisicamente menos incerta. Porém, o que nasce sob a lei do jogo permanece sempre marcado pelo risco: e por isso podes ler, leitor, leitora, estas páginas fora da ordem, os cadernos na liberdade do acaso ou do desejo.
A Folha Clara é um livro, são seis cadernos, são incontáveis construções possíveis. Seis é o número de faces de um dado de jogar, seis são os destinos possíveis de cada lance: a virtualidade de um plural, a unidade de um dado que de repente pára de rolar e diz um algarismo definitivo. Mas o dado recomeça, recomeça outra vez: um lançar de dados nunca abolirá o acaso, e cada pensamento emite um lance de dados, afirmou Mallarmé, no fim do século XIX. Desde então, tornou-se claro o que, em rigor, já era a lei de toda a escrita: jogo, acaso, montagem, obra aberta - para citar também Umberto Eco. Ou folha clara, pode dizer agora Glória Alhinho.
Um livro que é seis livros, e vice-versa, e vice-versa outra vez, exige um prefácio à sua própria imagem: seis breves prefácios, que também podem ser lidos fora da ordem, e dentro do desejo. Leitor, leitora, lê estes seis breves textos de abertura na sequência que preferires: lança o dado, joga, inventa, arrisca.
Pedro Eiras
Glória Alhinho tem trabalhado em relações interdisciplinares e interdocentes em Portugal, França, Guiana Francesa e Estados Unidos. Atualmente professora do Instituto Camões na Universidade de Georgetown, faz curadoria de eventos culturais, aliando pesquisa académica a encontros artísticos. Estes projetos, construídos em distintas instituições académicas e diplomáticas, estimulam o diálogo transnacional em todo o mundo de língua portuguesa.
Na Embaixada de Portugal, atua como assessora pedagógica de Língua Portuguesa e Coordenadora dos exames internacionais de Língua Portuguesa. Na Universidade de Georgetown projetou e criou múltiplos espaços para comunicação profunda entre uma pluralidade de culturas: "Breaking Boundaries in Portuguese", "Conversations in Portuguese on Sound & Image", e "A Time for Tea".
Tem desenvolvido projetos colaborativos com universidades em África, particularmente Moçambique e o papel dos artistas como líderes da democracia através da diplomacia cultural.
Glória Alhinho é doutorada em Estudos Ibéricos, Latino-Americanos e Mediterrânicos, pela Universidade de Bordéus, França, e mestre em Psicologia Ambiental, Instituto Universitário de Psicologia, Ciências Sociais e da Vida, Portugal, Universidade de Surrey, Inglaterra.
A sua investigação académica está profundamente enraizada numa postura humanística através de uma visão local e global. Ela explora a literatura e a linguagem como espaços habitados, vivos e multidimensionais através da sua escrita, fotografia, publicações e projetos de pesquisa.
E interessa-se pelas diversas expressões do continuum da vida e em como elas podem ser integradas na nossa existência.
Glória Alhinho tem trabalhado em relações interdisciplinares e interdocentes em Portugal, França, Guiana Francesa e Estados Unidos. Atualmente professora do Instituto Camões na Universidade de Georgetown, faz curadoria de eventos culturais, aliando pesquisa académica a encontros artísticos. Estes projetos, construídos em distintas instituições académicas e diplomáticas, estimulam o diálogo transnacional em todo o mundo de língua portuguesa.
Na Embaixada de Portugal, atua como assessora pedagógica de Língua Portuguesa e Coordenadora dos exames internacionais de Língua Portuguesa. Na Universidade de Georgetown projetou e criou múltiplos espaços para comunicação profunda entre uma pluralidade de culturas: "Breaking Boundaries in Portuguese", "Conversations in Portuguese on Sound & Image", e "A Time for Tea".
Tem desenvolvido projetos colaborativos com universidades em África, particularmente Moçambique e o papel dos artistas como líderes da democracia através da diplomacia cultural.
Glória Alhinho é doutorada em Estudos Ibéricos, Latino-Americanos e Mediterrânicos, pela Universidade de Bordéus, França, e mestre em Psicologia Ambiental, Instituto Universitário de Psicologia, Ciências Sociais e da Vida, Portugal, Universidade de Surrey, Inglaterra.
A sua investigação académica está profundamente enraizada numa postura humanística através de uma visão local e global. Ela explora a literatura e a linguagem como espaços habitados, vivos e multidimensionais através da sua escrita, fotografia, publicações e projetos de pesquisa.
E interessa-se pelas diversas expressões do continuum da vida e em como elas podem ser integradas na nossa existência.
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